“A Mostra de Teatro de Amadores que, anualmente a câmara municipal de Guimarães vem organizando – através da Oficina, ou mais exactamente do Centro Cultural Vila Flor – é assim uma espécie de antecipação dos Festivais Gil Vicente que costumam trazer até à cidade-berço aquilo que de melhor se vai fazendo no teatro em Portugal. Mas sobre essas duas semanas de teatro contemporâneo (3 a 12 de junho) voltarei a escrever por aqui.
O primeiro aspecto a reter desta mostra prende-se com o apoio financeiro que a autarquia dá à criação de teatro no concelho. Pode haver outra forma de apoiar os grupos, mas não me parece que faça sentido oferecer uma ‘esmola’ à produção que os grupos amadores de teatro vimaranenses vão fazendo. O problema é que, olhando para os grupos concorrentes a esta mostra, para além de serem sempre os mesmos a participar, a classificação final para acaba por incidir nos mesmos. Este ano o primeiro e o segundo classificados foram os mesmos do ano passado e a novidade, no terceiro lugar, foi o grupo da Coelima que trocou com o de Campelos.
Mas há novidades que importa vincar: apesar desta ‘continuidade’ começa a crescer-se. Há novas apostas em técnicos e encenadores. Há novos artistas a despontar (merece destaque bem grande o grupo Citânia: há ali juventude de muita qualidade; como, aliás, uma agradável surpresa do TERB com um jovem que segurou quase sozinho o espectáculo). Mas ainda é pouco e o teatro de amadores tem que crescer mais. Esta mostra é um bom incentivo. Mas impõe-se que os grupos vão apara além da compra deste espectáculo, que é como quem diz, do subsídio.
Uma nota final para os textos escolhidos. O tempo da piada brejeira, mas desenquadrada, parece ter dado lugar à palavra com mensagem que obriga a permanecer sentado em silêncio. Esse é um óptimo sintoma da evolução."
CASIMIRO SILVA (juri da mostra de teatro de amadores
porquê a curiosidade?
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