
Imagino estas pessoas numa sucessão de imagens que assaltam a minha mente como um filme em câmara lenta. Ouço a preciosa música de fundo que recria na perfeição o ambiente, então, vivído. A melodia que assenta "como uma luva" no que agora a minha mente recorda. Vejo as suas caras virar-se em direcção a mim. Braços abertos. Sorrisos. desdenho. Tristeza. O bater dos tacões. As explicações. O folhear incessante dos livros.
Na imagem que imagino, a cor torna-se gasta, num tom quase sépia que só mantém intocados os elementos essenciais do momento. Acrescento-lhe o ruído e tiro-lhe o som. O perfeito filme à antiga. Mudo, mas em constante conversa. A orquestra afinada no canto da majestosa sala, sonoreando aquilo em que estou a pensar.
São os maestros da vida, dirigidos por mim, naquela que será a sua maior actuação.
Este filme, guardo-o cuidadosamente. É uma lembrança diária do que não devo esquecer.
É, ao mesmo tempo, ferramenta de choque e terapia.
A vida, captada em imagens que, com o tempo, guardei.
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